Devido a guerra, tripulantes ucranianos permanecem em navio

Os conflitos entre Rússia e Ucrânia já desencadearam uma série de efeitos nos mais variados segmentos do mundo. Agora atingem o setor portuário, com quatro tripulantes ucranianos que não conseguiram desembarcar do navio Port Osaka, que está atracado no Terminal da Usiminas, em Cubatão, por conta da guerra.

Eles retornariam ao país de origem através de um voo internacional por conta do término dos seus contratos e, por conta disso, outros quatro ucranianos viriam para substituí-los também de avião. Entretanto, devido aos conflitos, quem está em solo brasileiro não consegue voltar para sua terra natal e vice-versa.

O Port Osaka, navio de bandeira liberiana da agência marítima Seaside Brazil, chegou na sexta-feira passada, dia 04/03, com 21 tripulantes a bordo. Segundo o sócio-diretor da Seaside Brazil, Flávio Santos, informou que os quatro tripulantes que deixariam a Ucrânia chegariam à Baixada Santista no domingo e iriam diretamente para o navio e, consequentemente, o desembarque dos ucranianos que estão no navio aconteceria na terça-feira.

Contudo, devido às consequências da guerra no Leste Europeu, como o fechamento de aeroportos e a proibição de homens ucraniaos com idade entre 18 e 60 anos de deixarem o país, a troca foi cancelada.

“Conosco foi o primeiro caso (de cancelamento). Imaginamos que devem estar ocorrendo outros casos em outros portos do Brasil. A situação é muito ruim, acabamos perdendo receita sem esse tipo de movimentação. Se não fosse o conflito, eles voltariam para o país de origem”, afirma Flávio.

Já o CEO da 7Shipping (empresa responsável pela troca da tripulação), Leonardo Brunelli, disse que a guerra tende a provocar, em dezenas de portos, impactos na troca de tripulantes de nacionalidades russa e ucraniana.

“Os tripulantes (ucranianos) estão ‘presos’ a bordo do navio, sem saberem quando poderão embarcar e retornar para o seu país de origem. Eles já estão com o contrato de trabalho vencido. Enquanto não tiver a definição dos conflitos, eles terão de permanecer a bordo até que se encontre uma solução. Não há nenhuma questão burocrática interna, envolvendo nosso país”, explica Brunelli.

A previsão é que o Port Osaka saia da Usiminas e vá para o Porto de Praia Mole, no Espirito Santos. Em nota, a Usiminas informou que a embarcação seguirá com a programação prevista de embarque e desembarque.

Fonte: A Tribuna

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